sábado, 7 de janeiro de 2012

Três sonetos numa tarde de sábado...



         Soneto para Paula
              (Âmago)

Amor que eu amo, amor que me conforta.
Esplêndido. Doce. Amor que me redime.
Amor febril, que apaga a luz e fecha a porta,
que dorme comigo e se faz sublime.

Amor benfazejo, que não se reprime,
que dá-se inteiro e não se importa;
que me faz morrer sem cometer crime
e dá  vida ao prazer até  quase morta.

Amor infinito, amor imemorial,
que faz o momento um eterno segundo
que até  me quer bem quando me quer mal.

Amor que transborda, amor superior.
Frágil, viril, imenso, largo, profundo,
nascido do ventre do próprio amor !




    Soneto para Nathália
          (Até logo)

“Nunca mais...”  Isso pra mim não é resposta
nem argumento que me satisfaça
há sempre um sol nos olhos de quem gosta
e vida longa quanto mais o tempo passa.

“Nunca mais...” O desafio lhe faz disposta
mesmo que em erros tudo se desfaça.
Quer deixar-me? Tente,  faça sua aposta,
mas se vencer do amor não ergue a taça.

Pense bem, amar não rima com sofrer.
Jamais se deixa quem ama de verdade
por aventuras que nos traz a liberdade.

“Nunca mais...” Isso não se diz a bel prazer.
Fique. Não deixe o meu amor, eu lhe rogo,
despedida de quem ama é “até logo”.




     Soneto para Marília
     (A estrela de Marília)

Guardo na boca o beijo de Marília
um beijo ganhado num ato fortuito:
Foi prata da lua banhando uma ilha
o sol explodindo em curto-circuito.

Guardo esse beijo sabor-maravilha
pois me vale milhões por ser gratuito.
Qual outra boca, que não  a de Marília,
de um beijo o calor pude ter muito ?

Levo essa emoção que me leva avante:
Com ela estou, que ela está comigo,
e segue pra sempre por onde eu sigo.

Agora, abro a lembrança a todo instante:
-Marquei no céu uma estrela que brilha
 e pus dentro dela o beijo de Marília !

     Inácio Dantas
     (do livro de sonetos © “Janela para o Mar”)

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